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terça-feira, 12 de abril de 2011

Que tal produzir tinta e pincel na aula de Arte?

Fabricar materiais para as aulas aponta possibilidades artísticas e ajuda a garotada a descobrir diferentes formas de criar as próprias pinturas.
Considerado um dos maiores pintores do século 20, o francês Henri Matisse (1869-1954) não era um artista de materiais convencionais. Na década de 1940, para vivenciar um novo jeito de pintar, realizou uma famosa série de obras com um pincel preso a uma longa vareta. Isso transformou também o suporte de sua pintura: em vez da tela tradicional, ele optou por um mural preso a uma parede. O francês não está só: assim como Matisse, muitos artistas lançam mão de recursos parecidos, utilizando galhos, folhas, escovas de dente e até vassouras como ferramentas para realizar diversos quadros.
A sala de aula pode ser palco de um processo semelhante, que se estende por todo o Ensino Fundamental (leia mais no quadro abaixo). Desenvolver esse tipo de atividade com a classe permite explorar inúmeras formas de fazer arte. "É experimentando que o artista descobre cada vez mais ferramentas, suportes e procedimentos. Na escola, contemplar essa variação amplia o leque de possibilidades expressivas dos alunos", diz Mirian Celeste Martins, diretora do Rizoma Cultural, empresa de projetos em arte, Educação e cultura, e professora da Universidade Mackenzie, ambos em São Paulo.
Para o professor, o trabalho começa antes mesmo de se propor a atividade aos alunos. "É importante investigar materiais variados e dedicar especial atenção aos recursos naturais próximos à escola que podem servir de base para as ferramentas", explica Marisa Szpigel, formadora do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo. Em seguida, é o momento de convidar toda a turma para embarcar na exploração.
Ao apresentar os exemplos que havia pesquisado, Silvanete Pereira Lima, professora da 3ª série da EM Roseana Sarney, em Pindaré Mirim, a 180 quilômetros de São Luís, pediu que os alunos trouxessem ideias de casa. O grupo soltou a imaginação e criou ferramentas com gravetos, cabos de vassoura, bambus, canos, escovas de dente e palitos de sorvete e de churrasco. Pelos, espumas, buchas e penas, entre outros, foram presos aos suportes com barbante, linha ou fita adesiva. No levantamento das matérias-primas para tintas, a mesma avalanche de sugestões: areia colorida, argila, borra de café, açaí, buriti, carvão, urucum, giz, cenoura, espinafre e beterraba.

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