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segunda-feira, 21 de março de 2011

    O artista francês Henri Matisse (1869-1954), um dos mais importantes pintores do século 20, disse certa vez que um desenho pode ser intensamente colorido sem que seja necessário introduzir nele a cor. Sua citação pode parecer enigmática, mas se pensarmos que, ao observar uma obra feita com grafite, podemos encontrar diferentes tonalidades, o pensamento faz sentido. E essa ideia é um bom começo para pensar em formas de diversificar e aprofundar o trabalho com desenho em sala.
    Geralmente, quando são convidadas a desenhar, algumas crianças elegem poucas cores, enquanto outras usam várias. Mas é fato que sempre optam pelo lápis de cor: desconhecem que o grafite também é uma opção válida para desenhar e pintar. O resultado é que ele acaba sendo reservado somente para a escrita.
    Ao empregá-lo na disciplina de Arte, o professor proporciona a ampliação do horizonte dos alunos: apresenta um novo jeito de pensar e de fazer arte e chama a atenção para as infinitas possibilidades de produzir diferentes tonalidades, texturas e linhas usando a mesma cor (alterando somente o modo de segurar o lápis e de pressioná-lo no papel). Sem falar que formas e profundidade são mais bem percebidas em preto e branco (e isso ajuda a apurar e definir melhor o jeito de olhar e analisar as imagens).
    Explorar o desenho com grafite também colabora para desmontar alguns paradigmas que habitam a mente dos próprios educadores. Um deles é a necessidade de ter material caro e diversificado para desenvolver um projeto significativo na disciplina de Arte. "O fundamental são o conteúdo, a estratégia e as propostas de ação", afirma Karen Greif Amar, professora de Arte da Escola da Vila, em São Paulo. Tanto que é possível desenhar também usando materiais simples, como o carvão e até mesmo a tradicional caneta esferográfica.

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